Cap. 123
— Tudo bem por aqui, Joachim? – pergunta uma mulher negra da entrada do galpão.
Joachim, o ferreiro: — Tudo, querida. Este é o xerife de Rotten Root. Veio pedir para eu fazer uma nova estrela para ele. Avise o pessoal que está tudo bem.
A mulher se retira e Wayne mostra o que sobrou de sua antiga estrela ao ferreiro:
— Acha que consegue fazer uma igual?
Joachim: — Igual eu não sei, não vi como era antes de derreter, mas deixe eu desenhar uma aqui para ver como fica.
O ferreiro pega um pedaço de carvão e começa a rabiscar sobre um pedaço de madeira mais clara.
Wayne companha a mão do negro até que o esboço está terminado.
— Que tal? – pergunta o ferreiro.
Xerife: — Parece bom. Pode colocar o nome da cidade?
Ferreiro: — Terei de fazer maior e vou precisar de mais metal. Você consegue me trazer?
Xerife: — Acho que sei onde conseguir. Volto em um ou dois dias.
Joachim: — Estarei por aqui.
Wayne volta para seu cavalo e segue para Rotten Root. Mal sai da vista do ferreiro eu outro homem negro, mais jovem e magro, se aproxima:
— O que ele queria?
Joachim: — Fique calmo. Era só o xerife querendo uma nova estrela.
Homem negro: — Você acreditou?
Joachim: — Acalme-se, Josiah. A estrela dele derreteu, está vendo? – o ferreiro exibe o que sobrou da estrela a seu desconfiado irmão.
Josiah: — Não acha que é muita coincidência?
Joachim: — Acho, mas, por enquanto, vamos acreditar no xerife.
Josiah provoca: — Você confia demais... deve ser porque ele é branco. Deve ser difícil para alguns deixar de obedecer.
Joachim martela a bigorna, como um juiz encerrando um caso: — Eu disse que vou acreditar nele, não disse que confio nele.
O ferreiro conclui: — Já aprendi que não dá para confiar em ninguém, seja homem ou mulher... seja branco ou negro.
Os irmãos se encaram no calor da forja até que uma senhora negra idosa interrompe o duelo de testosterona: — Meninos, hora de comer.
Os dois permanecem imóveis e a senhora chama novamente, dessa vez, de forma menos gentil: — Os dois. Comida. Agora. Senão...
Os dois abaixam as cabeças e respondem: — Sim, ma.